Festival Som e Arquitetura Rural

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FICHA TÉCNICA CREDITS Organização Production

Financiamento Funding

Parceiros Partners

Município de S. Pedro Pedro do do Sul Sul Municipality of S. CLDS São Pedro do Sul: Futuroé éAqui Aqui CLDS - São Pedro do Sul: OOFuturo Pés na Terra Pés na Terra Universidade de Aveiro - Departamento de Comunicação e Artes University of Aveiro - Department of Communication and Arts Restaurante Salva Almas Restaurante Salva Almas AdegaTípica TípicadadaPena Pena Adega Junta de Freguesia Civil Parish of Sul de Sul Junta de Freguesia de Rio Covas do Rio Civil Parish of Covas do Junta de Freguesia de Sãodas Martinho Civil Parish of São Martinho Moitasdas Moitas Associação Aldeias de Magaio Aldeias de Magaio Association Agrupamento Escolas School Group ofdeSanta CruzdedaSanta TrapaCruz da Trapa Grupo de Cantares de Manhouce Grupo de Cantares de Manhouce DitosoSaber Saber- Cultural - Associação Cultural(Manhouce) (Manhouce) Ditoso Association

Equipa Team

DireçãoCoordination: Artística: Manuela Barile General Luís Costa Coordenação Geral: Luís Costa Artistic Director: Manuela Barile Coordenação Área Arquitetura: Maria Carlos Valverde Production: Carina Martins, Gisela Almeida Documentação Videográfica e Fotográfica: Manuela Barile Graphic Design: Luís Costa Desenho Gráfico: Luís Costa Video and Photo Documentation: Produção Administrativa: CarinaManuela Martins Barile Produção Executiva: Gisela Almeida

Contactos Contacts

Binaural- Associação - AssociaçãoCultural CulturaldedeNodar Nodar Binaural Nodar Caixa Postal Nº 119 Nodar - Caixa Postal Nº 119 3660-324S.S.Martinho Martinhodas dasMoitas Moitas 3660-324 Portugal Portugal Tel.+351 +351232 232723 723160 160 Tel. Email.info@binauralmedia.org info@binauralmedia.org Email.

Informações Information

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O FESTIVAL Som e espaço formam um importante par no nosso ambiente quotidiano: Nenhum som existe fora do espaço, e nenhum espaço é realmente silencioso. Som e espaço reforçam-se mutuamente na nossa percepção, as qualidades de um espaço afectam a forma como percebemos o som e as de um som afetam a forma como percebemos um espaço. Resumindo, espaço e som são indissociáveis na nossa experiência do que é existir no mundo. De igual modo, existem evidências claras da importância sonora de lugares sagrados ancestrais, os quais têm sido profusamente documentados. Os sons foram provavelmente uma parte importante de rituais, pela forma como afectavam o corpo humano e a função cerebral. Muitos dos lugares sagrados antigos foram construídos em pedra, as quais pelas suas qualidades geológicas ou pela sua disposição no espaço, geravam efeitos acústicos particulares de reverberação ou eco, estudados nomeadamente no domínio da arqueologia acústica. É legítimo afirmar que o caso específico dos territórios rurais coloca em evidência a profunda ligação existente entre paisagem, arquitetura e som. Por um lado, a paisagem rural é em grande medida uma paisagem antropológica e arquitetónica, transformada por uma miríade de construções utilitárias, muitas delas centenárias: moinhos de água, azenhas, canais de rega, casas de habitação, eiras, poços, lavadouros, espigueiros, minas, muros de pedra, capelas, igrejas, coretos, ruas, becos, largos, etc.

Por outro lado, grande parte das construções rurais implicam uma especificidade acústica, de tal forma que é possível reconhecer a tipologia arquitetónica a partir da escuta desses lugares. O FESTIVAL SOM E ARQUITETURA RURAL irá explorar as interacções entre paisagem, arquitetura e som no contexto rural do Maciço da Gralheira, concelho de S. Pedro do Sul. O festival irá acolher projectos artísticos que irão “activar” acusticamente diferentes tipologias de construções rurais, através da criação de instalações e esculturas sonoras em contexto específico, em paralelo com projetos de arquitetura experimental e de trabalho de campo antropológico que irão compreender os aspectos identitários associados aos espaços construídos, identificar tipologias e refletir sobre usos potenciais da arquitetura tradicional da região, muita dela em estado de abandono. O FESTIVAL SOM E ARQUITETURA RURAL ao decorrer ao longo de três semanas pretende igualmente evidenciar o valor intrínseco da arte enquanto processo, através da possbilidade de acompanhamento do trabalho de campo e mediação entre artistas, investigadores e habitantes locais, tentando desta forma aproximar o mais possível a produção artística e científica da vida quotidiana e do contacto multisensorial (cheiros, sabores, cores, sons) com estes territórios rurais.


PROGRAMA Atividade de Investigação

Atividade Artística

Atividade de Interação com Aldeias

Semana de 9 a 15 Abril 2012 9 a 14 Abr 15 Abr

Acompanhamento de Trabalho de Campo de Antropóloga e Arquitetos/as em Residência (1)

Manhouce, Covas do Monte

14:00 17:00

Rota da Cabra e do Lobo: Rota Pedestre pelas Aldeias de Xisto de Covas do Rio, Pena e Covas do Monte (2)

Aldeias de Covas do Rio, Pena e Covas do Monte

09:00 16:00

Semana a 22 Abril 2012 Sábado, de 21 16 Maio Acompanhamento de Trabalho de Campo

Freguesias de Covas do Rio, S. Martinho das Moitas e Sul

14:00 17:00

Manhouce

16:00 18:00

Missa em Memória do Mestre Silva do Grupo de Cantares de Manhouce

Igreja de Manhouce

19:00 19:45

Evento de Lançamento do CD “Mestre António Silva” pelo Grupo de Cantares de Manhouce

Centro Social de Manhouce

20:00 21:00

Petiscos e Baile Tradicional Oferecidos pelo Grupo de Cantares de Manhouce

Centro Social de Manhouce

21:00 00:00

16 a 21 Abr de Artistas em Residência (1) 21 Abr

Passeio de Interpretação da Arquitetura Tradicional da Aldeia de Manhouce

Semana de 23 a 29 Abril 2012 28 Abr

29 Abr

Almoço de Convívio entre Participantes e Público

Restaurante Salva Almas, Maceira

12:30 14:30

Apresentação de Obras Artísticas Criadas por Alunos do Mestrado de Criação Artística Contemporânea da Universidade de Aveiro

Exterior do Restaurante Salva Almas, Macieira

14:30 16:00

Percurso por Instalações / Ações Sonoras na Paisagem Arquitetónica das Freguesias de Sul e São Martinho das Moitas

Estruturas Arquitetónicas das Freguesias de Sul e São Martinho das Moitas

16:00 19:00

Almoço de Convívio entre Participantes e Público

Adega Típica da Pena

12:00 14:00

Apresentação e Discussão de Projetos de Campo de Arquitetura e Antropologia

Adega Típica da Pena

14:00 15:30

Percurso por Instalações / Ações Sonoras na Paisagem Arquitetónica da Freguesia de Covas do Rio

Estruturas Arquitetónicas da Freguesia de Covas do Rio

15:30 18:30

(1) Marcação prévia (Tlm. 918 951 857 / info@binauralmedia.org) (2) Preço de 8 euros, inclui seguro, almoço e sujeito a inscrição prévia (aldeiasdemagaio@gmail.com)


PROJETOS James Wyness Proponho um trabalho no qual locais específicos (instalações, estruturas arquitectónicas) são seleccionadas por vários motivos de interesse como social, antropológico, histórico, estrutural ou conceptual. Em seguida, serão feitas gravações sonoras usando uma variedade de microfones. A partir deste arquivo de trabalho, serão seleccionados excertos, os quais serão “devolvidos” aos espaços sonoros originais ou a locais novos quando possível, para serem reproduzidos e gravados novamente. A especificidade acústica dos edifícios e estruturas serão evidenciadas de uma forma inovadora, enriquecendo a experiência do ouvinte ao reconhecer tipologias arquitectónicas. Os ambientes sonoros específicos de determinados espaços construídos criados pela interacção entre paisagem, design, estrutura, material e uso oferecem um manancial daquilo a que se pode chamar a materialização de índices sonoros. Biografia: James Wyness é um compositor freelancer, artista sonoro, pesquisador e performer que vive no sul da Escócia. Actualmente, trabalha em três projectos de longo curso com uma variedade de resultados desde instalações até performances: um arquivo dos sons das fronteiras da Escócia; a produção de música usando combinações várias de gravações de campo, instrumentos acústicos e electrónicos construídos à mão; uma série de improvisações para guitarra clássica preparada. O seu trabalho em instalações foca-se na arte sonora conceptual que investiga a escuta atenta através de reprodução multi-canal. Detém um Mestrado em Estudos Franceses e um Doutoramento em Composição Musical Electroacústica pela Universidade de Aberdeen.

Antonio Della Marina & Alessandra Zucchi Ondas estacionárias, ouvidos em movimento (Tardes Ociosas). O som muda quando nós nos movemos. A nossa ideia é criar uma instalação num edifício rural onde as pessoas podem experienciar a escuta do movimento enquanto repousam num baloiço. O áudio será constituído por ondas sinusoidais afinadas para as frequências de ressonância do espaço. Camas de rede, baloiços e outros assentos, bem como outros acessórios criados no local criarão o ambiente para uma escuta delicada. Biografias: António Della Marina é um compositor electrónico e artista sonoro italiano, o qual tem focado o seu trabalho em ondas sinusoidais. Claramente influenciado pela vanguarda minimalista da Costa Este dos EUA, durante os anos 60 e 70, o seu trabalho explora as propriedades físicas do som e a sua relação com a percepção humana. Della Marina utiliza abstracções matemáticas e geradores feitos à medida para dar forma às suas composições, as quais tomam muitas vezes a forma de esculturas sonoras. Desde 1998 tem estado activo no mundo da arte sonora através de concertos e instalações sonoras. Arquitecta e artista media, Alessandra Zucchi licenciou-se pela Universidade de Arquitectura de Veneza. O seu trabalho foca-se essencialmente na relação entre o espaço arquitectónico e a percepção sensorial. Ela experimenta com materiais inusuais e entrelaçando luz, som e formas espaciais em combinações inesperadas, sugere-nos repensar a nossa noção de espaço. Ela tem sido convidada para festivais de arte com projectos, performances e vídeos na Europa e Estados Unidos.


PROJETOS Johanna Hällsten

Perri Lynch

O projecto que eu pretendo desenvolver provém do interesse na criação de espaço através do movimento e do som, com referências particulares ao Uguisubari (“chão rouxinol” japonês), e ao conceito de Ma. O mesmo procura “desescolher” aspectos da relação recíproca e do acto performativo que o participante e o espaço criam, através do movimento no pavimento, numa ponte, num caminho, etc. Para a residência, pretendo desenvolver estruturas temporárias que dirigem a atenção e jogam com estes “espaços liminares”. Pretendo desenvolver peças que encorajem um sentido lúdico mas que permitam a contemplação solitária. Faz parte do nosso ritmo estar entrelaçado com os ritmos dos outros para criar uma orquestração de uma dança no pavimento, por exemplo, o qual criar espaços sonoros temporários entre os estratos arquitectónicos permanentes.

“O Som como uma Força Espacial”

Biografia: Estudei gravura no Grafikskolan i Stockholm, Suécia antes de me mudar para o Reino Unido e completar o Doutoramento na Universidade de Staffordshire (2004). O meu trabalho é principalmente exposto na esfera pública e utiliza o som como um elemento-chave nas intervenções. A minha prática/pesquisa está situada dentro de, e testa as, fronteiras entre a estética ambiental, estudos de paisagens sonoras, música e filosofias associadas à translação, espaço, duração e movimento. Para além de exibir o meu trabalho, também escrevo artigos e tenho textos meus incluídos em livros. Outras actividades incluem: membro da direcção e comité editorial da galeria AirSpace em Stoke-n-Trent, um espaço financiado pelo Arts Council do Reino Unido. É membro da direcção da IACSA (International Association for Cultural Studies in Architecture). Projectos recentes incluem “It’s About Time” organizado pela HATCH parte de Sideshow, Nottingham Castle + Embrace Arts (2010), ANTI festival, Kuopio, Finlândia (2010), EV+A, Limerick, Irlanda (2010)

O meu projecto investiga o som como uma força espacial em relação às formas da terra e arquitectura do Maciço da Gralheira. Durante o meu tempo em residência, recolherei gravações de campo e colaborarei com outros participantes que para analisar e transmitir a “assinatura sonora” deste local único. A minha investigação focar-se-á nas fronteiras onde a aldeia se encontra com o campo, onde o público se encontra com o privado e onde as condições superficiais se encontram com as subterrâneas. Estou particularmente interessada na exploração de cisternas, cavernas e caminhos de passagem, para gravar as melodias assombrosas que esses espaços possuam. Este trabalho culminará numa instalação sonora multi-canal que transmitirá som como uma força espacial onde o lugar habita outro espaço, o local onde este trabalho será apresentado. Biografia: O meu trabalho artístico examina a relação entre a percepção humana e o sentido do lugar. Através de técnicas combinando som, luz, escultura e arquitectura, posso explorar os múltiplos atributos de um lugar em simultâneo. Instalações recentes dirigem a atenção para as fronteiras onde a terra se encontra com o céu, o mar se encontra com a costa e onde a paisagem interior de alguém converge com o mundo exterior. A ênfase é colocada na navegação, intuição e na proximidade física, revelando contextos familiares através de uma nova luz. Para alem da minha prática de estúdio e trabalhos artísticos públicos, actuo com o Seattle Phonographers Union e monto instalações sonoras baseadas em gravações de campo, num contexto site-specific. Desde que possuo um Mestrado em Belas Artes pela Cranbrook Academy of Art, em 2011, participei no Mamori Sound Project (Amazonas) e terminei um projecto de pesquisa Fulbright no sul da Índia em 2008. O meu instrumento favorito é a bússola portátil.


PROJETOS Lisa Premke

Manuela Barile

“O miradouro auditivo”

“De volta ao trabalho” é um projecto de inspiração antropológica que pretende colocar a ética do trabalho no centro de uma reflexão e prática criativa. A partir da distinção entre o “agir” (dar sentido às nossas acções) e o “fazer” (execução de uma tarefa, na qual os únicos critérios de valor são “bem feito” ou ”mal feito”), a artista interroga-se em que medida somos “agentes” (sujeitos titulares das próprias acções capazes de nos realizarmos naquilo que fazemos) ou “agidos” (sujeitos impessoais no seio de um todo) na nossa frenética actividade quotidiana. Nesta sociedade de competências, que só premeia a capacidade de saber fazer e não de existir, não podemos esquecer a importância das “virtudes”, da sua aprendizagem para a preservação da nossa identidade. “Pão” é o primeiro capítulo desta série de trabalhos artísticos. Numa primeira fase, a artista aprenderá a habilidade de fazer pão, transmitida de uma senhora de uma aldeia do maciço da Gralheira. Numa segunda fase, a artista trabalhará numa instalação a realizar numa cozinha rural antiga, que engloba som (laboração, fermentação, a voz da senhora, a voz da artista, etc.), vídeo (performance), objectos de uso (o forno, a amassadeira, etc.).

Construirei um miradouro no cume de um monte. A construção será coberta de tecido, esticado sobre uma armação, similar a uma tela. Recolherei materiais da área circundante para os trazer para o cume do monte. A acumulação de materiais do vale será colocada não longe do tecto de tecido do miradouro. O vento arrastará os materiais continuamente sobre o tecto. Sendo uma “caixa” escondida, o visitante ouvirá os sons ligeiramente amplificados, como se estivessem dentro de um grande tambor. Os diferentes materiais, bem como a chuva ou o vento lateral, darão uma perspectiva condensada do ambiente circundante. Biografia: O meu trabalho começou por tentar juntar som e imagem, pelo caráter literal e pela integração das suas qualidades opostas. No entanto, tal gera uma distração das respetivas causas, não permitindo que cada um dos meios possa cumprir seus propósitos. A imagem, para mim, tinha que ser tranquila e a única maneira de conseguir isso era achatar-la, retirar-lhe toda a tridimensionalidade, sendo apenas forma; como o trabalho do falecido arquiteto Louis Kahn, que tinha o máximo interesse para mim, assim como o dos arquitetos da ex-União Soviética, como Muther, Melnikow ou Wesnin. Em oposição está o som, exuberante e vívido. Cada som, para mim, voluntária ou involuntariamente cria uma narrativa. Nenhum outro sentido é relacionado tanto com a nossa memória como som, não só por razões pré-históricas de defesa, mas também porque só podemos mantê-lo em nossas mentes. Com as minhas peças sonoras tridimensionais, procuro uma maneira de evidenciar o som pela sua qualidade, volume e movimento.

Biografia: O trabalho artístico de Manuela Barile tem sido baseado em projectos desenvolvidos em contexto específico, tendo em conta aspectos do território, a tradição, memória, símbolos, rituais e caminhos espirituais depositados no solo como marcas indeléveis. A arte de Manuela Barile é uma investigação contínua sobre a realidade, sobre o estar no mundo, sobre a experiência pessoal. Desde 2006, a artista vive e trabalha na região rural do maciço da Gralheira (S. Pedro do Sul) desenvolvendo projectos em estreito contacto com as comunidades locais que combinam a antropologia visual e sonora, a performance art, a performance vocal, a vídeo arte. Como performer vocal, Manuela Barile embarcou em 2001 num percurso pessoal na área da experimentação vocal aplicada à improvisação livre. A artista baseia-se no uso de “técnicas vocais estendidas” focadas na relação entre voz, corpo sonoro e propriedades acústicas dos lugares.


PROJETOS Luís Costa

Colectivo UVBA

“In Memoriam Gentis Nostrae #2: Sá, 1800-2000”

“Santo”

“In Memoriam Gente Nostrae” (“Em Memória da Nossa Gente”) liga-se directamente à história familiar do autor, mais precisamente às aldeias rurais de montanha do maicço da Gralheira, aldeias de origem dos seus antepassados até à sexta geração, a que viveu no final do Séc XVIII. O projeto relaciona aspectos da memória geográfica-arquitetónicatemporal de uma família, incluindo aldeias como Nodar, Sequeiros, Meã, Sá, Rompecilha, São Martinho das Moitas, Parada de Ester, etc.. O segundo capítulo do projeto intitula-se “Sá: 1800-2000”, que consiste na reactivação da velha casa de origem de um dos ramos da família, na aldeia de Sá (freguesia de São Martinho das Moitas), casa que existe desde os princípios do Séc XIX e que será feita “falar” a partir de uma série de entrevistas a Norberto Gomes da Costa, o qual tem vindo a investigar profundamente a árvore genealógica e a anotar factos ancestrais da família, e de pequenas acções sonoras a realizar nas várias divisões da casa agora praticamente vazia, as quais em conjunto formam aquilo que se poderia designar de microhistória sonora.

A nossa reflexão centra-se na história de duas capelas (afastadas por umas centenas de metros) que concorrem no culto ao mesmo santo — S. Macário (São Pedro do Sul). Queremos "vivenciá-las", medi-las, marcá-las, rezar nelas e construir relações entre as ermidas, as suas narrativas e as comunidades que as utilizam. Aquilo que será apresentado no final da residência, fruto dessa experiência, está completamente em aberto.

Biografia: Luís Costa é um curador e produtor de arte sonora, pesquisador e arquivador sonoro. É membro fundador e atual presidente da Binaural / Nodar, uma organização que desde 2006 gere o Nodar Rural Art Lab um espaço dedicado às artes media no contexto rural no maciço da Gralheira. Luis Costa curou dezenas de exposições relacionadas com o trabalho criativo acolhido no Nodar Rural Art Lab. Desde 2008 coordena "Aldeias Sonoras", um programa educacional que consiste no mapeamento sonoro de zonas rurais portuguesas. Em 2011 dirigiu "Onde Nasce o Meu Paiva?", Um documentário sonoro / vídeo experimental sobre o rio Paiva. No mesmo ano, publicou na Edições Nodar um CD de gravações de campo, juntamente com Jez riley French intitulado "Sonata para clarinete e Nodar" e co-editou o catálogo retrospectivo e CD duplo "Três Anos em Nodar: Práticas Artísticas em Contexto Específico no Portugal Rural".

Biografias: O Colectivo UVBA, descendente do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, incorpora um conjunto de artistas de diferentes áreas com interesses comuns: performance, vídeo, (an)arquitectura, land art, redes sociais e cidade, que se encontram para desenvolver projectos, conversar, estudar, jantar, beber e discutir, não necessariamente por esta ordem. O colectivo procura investigar e reflectir sobre questões relativas à vida, às práticas artísticas contemporâneas e a tudo o resto. João Vilnei (Brasil) é mestre (2009) em Criação Artística Contemporânea pela Universidade de Aveiro – Portugal e bacharel (2006) em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Ceará. Artista visual e performer, integra ainda o Laboratório de Investigação em Corpo, Comunicação e Arte – LICCA. Pedro Pais Correia (Portugal) mestre em Criação Artística Contemporânea pela Universidade de Aveiro e professor no ensino público. Pedro Silva (Portugal) arquitecto. Arquiteto pela Universidade Lusíada em 1997. Enquanto jovem colaborador, em Lisboa, com Alexandre Marques Pereira, Philip Cabau, Manuel Taínha e no Atelier do Chiado, desenvolveu concursos nacionais e internacionais e alguns projetos pontuais. Já em Oliveira de Frades, em 2007, abre um atelier próprio ( psaa arquitectura ), onde tem desenvolvido trabalhos no âmbito da arquitetura, do planeamento e do design.


PROJETOS AMSZ Ana Costa | Maria Carlos Valverde | Sílvia Jorge | Zoraima de Figueiredo (Re)Rural é um projecto centrado na análise de três vertentes distintas dos processos de transformação no espaço rural: o habitat, os usos e as práticas do quotidiano. A leitura destes processos percorrerá três escalas espácio-temporais, inter-relacionando o espaço (o habitat e as tipologias associadas aos usos e práticas do quotidiano) e o tempo (passado, presente e futuro), a partir de diferentes gerações (avós, pais e filhos). Este ponto de partida direccionou o caso de estudo para a Aldeia de Manhouce, a única com escola primária a funcionar no contexto das Aldeias de Magaio. Tomar-se-á como objecto de estudo este território e as histórias de vida da sua população, partindo de uma amostra de alunos do 4.º ano da Escola Primária de Manhouce. Biografias: Ana Costa: Formada em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa (FAUTL), o seu percurso profissional assenta nas áreas da arquitectura e da tradução. Tem um particular interesse pela reabilitação da arquitectura e pelas cidades Património da Humanidade da UNESCO, tendo frequentado o Mestrado em Reabilitação da Arquitectura e Núcleos Urbanos na FAUTL. Está actualmente envolvida num projecto de investigação sobre Monumentos Nacionais com o apoio do International Council of Monuments and Sites (ICOMOS) de Portugal. O seu interesse na interdisciplinaridade da arquitectura leva-a a envolver-se em diversos projectos paralelos no âmbito científico e de investigação, bem como no artístico, e a co-fundar recentemente uma plataforma internacional, platform[az], com enfoque na arquitectura e na interligação desta com as diferentes áreas do saber e das artes.

Maria Carlos Valverde: Arquitecta, licenciada em Arquitectura de Gestão Urbanística pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa (FAUTL) em 2005. Realizou o estágio de ingresso à Ordem dos Arquitectos no Gabinete Técnico Local (GTL) em Trancoso (Aldeia Histórica de Portugal) e colaborou numa equipa multidisciplinar, onde desenvolveu Projectos de Arquitectura em diferentes escalas sob a orientação da Prof. Doutora Isabel Raposo (2006-2007). Mestranda em Reabilitação da Arquitectura e Núcleos Urbanos na FAUTL, elabora actualmente a dissertação com o tema "Património rural como factor de desenvolvimento local – participação da população entre espaços de representação e espaços vivenciais – Cogula e Aldeias de Magaio”Sílvia Branco Jorge: Arquitecta, mestre em Reabilitação da Arquitectura e Núcleos Urbanos e doutoranda em Urbanismo pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa (FAUTL), foi bolseira de investigação da Fundação para a Ciência e Tecnologia no projecto de investigação “Reconversão e reinserção de bairros de génese ilegal”, coordenado pela Professora Doutora Isabel Raposo. Recentemente, colaborou com o Centro de Estudos e Desenvolvimento do Habitat, em Maputo, enquanto bolseira do Programa Inov-Art e actualmente, de regresso a Portugal, integra a equipa do projecto de investigação-acção "Workshops de participação e desenvolvimento de técnicas e processos de planeamento participado" na Vertente Sul de Odivelas. Zoraima de Figueiredo: Arquitecta, licenciada pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa (FAUTL), exerce a profissão de forma ininterrupta em ambiente de atelier há dez anos, acumulando experiência em todas as áreas de projecto e no acompanhamento de obras. Destaca-se o seu interesse pelas artes, em particular pela fotografia, tendo-se dedicado ao longo dos últimos anos a fotografar arquitectura, bem como diversos outros temas e cenas do quotidiano. Participou em exposições colectivas e já viu o seu trabalho publicado em diversas revistas e sites. Co-fundou recentemente a platform[az], uma plataforma internacional que tem como objectivo principal interligar a arquitectura com as outras áreas do saber e das artes.


PROJETOS Ana Saraiva No âmbito no doutoramento em antropologia, pela Universidade Nova de Lisboa, Ana Saraiva desenvolve atualmente investigação sob o tema “Expressões da arquitectura popular: Práticas e discursos de representação das identidades”. Nesse contexto, realizará durante o festival Som e Arquitetura Rural trabalho de campo em várias aldeias do maciço da Gralheira, acompanhando em simultâneo o trabalho a desenvolver pelos vários artistas e arquitetos, contribuindo assim para a reflexão multidisciplinar que está subjacente à filosofia do festival. Biografia: Em 1998 concluiu a licenciatura em Antropologia, pela Universidade Nova de Lisboa (UNL). Em 2007 concluiu o Mestrado em Museologia e Património, pela UNL, com especialização em Programação e Gestão de Museus e Patrimónios. Em 2010 concluiu os Altos Estudos em Antropologia (UNL). Frequenta o Curso de Doutoramento em Antropologia (UNL), com o projecto de investigação “Expressões da arquitectura popular e os processos de representações identitárias”. Em 1999 desempenhou funções como Antropóloga no Município de Góis, com estudo centrado nas aldeias serranas de Góis – práticas de comunitarismo; em 2000 integrou equipa pluridisciplinar do Plano de Acção Local e do Plano de Pormenor e Salvaguarda do Centro Histórico de Belver, Município de Gavião. Desde 2001 exerce funções no Município de Ourém, assumindo actualmente a chefia da Divisão de Acção Cultural e a direcção do Museu Municipal. Tem desenvolvido e participado em projectos de estudo e de programação nas áreas disciplinares da Antropologia e da Museologia, resultado em publicações ligadas a discursos de representação cultural.

Pedro Silva Enquanto arquiteto, Pedro Silva acompanhará o trabalho dos artistas em residência, contribuindo para a escolha, estudo e contextualização das estruturas arquitetónicas tradicionais a serem objeto de intervenção criativa. Biografia: Pedro Silva (Oliveira de Frades, 1974). Arquiteto pela Universidade Lusíada em 1997. Enquanto jovem colaborador, em Lisboa, com Alexandre Marques Pereira, Philip Cabau, Manuel Taínha e no Atelier do Chiado, desenvolveu concursos nacionais e internacionais e alguns projetos pontuais. Já em Oliveira de Frades, em 2007, abre um atelier próprio (psaa arquitectura), onde tem desenvolvido trabalhos no âmbito da arquitetura, do planeamento e do design. Paralelamente, tem mantido uma atividade como professor do ensino público e mais recentemente (2012) como assistente convidado do curso de arquitetura da Universidade Católica em Viseu. Entre 2007 e 2012 frequenta o mestrado em Criação Artística Contemporânea na Universidade de Aveiro. Neste contexto, integra atualmente o “coletivo uvba” tendo participado recentemente no concurso internacional “ Performance Architecture “ para a Capital Europeia da Cultura - Guimarães 2012.


ATIVIDADES PARALELAS





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